
Você já parou para pensar em como seria sua vida se você parasse de lutar contra quem você é? Eu tenho pensado muito sobre isso ultimamente e em como é tênue a linha entre querer ser uma pessoa melhor ou querer ser outra pessoa.
Muitas vezes hoje vemos a busca pela perfeição, alimentada por comparações constantes e padrões irreais e que nos afasta do que realmente importa: viver em paz com nós mesmos. E eu acredito que esse estado de bem-estar duradouro só é possível quando damos um passo fundamental que é nos conhecer de verdade, com tudo o que somos: defeitos, fortalezas, cicatrizes e potenciais.
O autoconhecimento é mais do que uma palavra da moda: ele é um processo contínuo de olhar para dentro com curiosidade, honestidade e gentileza. Quando você se conhece melhor, passa a tomar decisões mais alinhadas com seus valores, reconhece o que te faz bem e o que te faz mal, desenvolve auto compaixão e empatia pelos outros e aumenta sua autoestima.
Alguns estudos já apontam que pessoas com maior autoconsciência tendem a ter menos ansiedade, relacionamentos mais saudáveis e maior satisfação com a vida. Imagina como é difícil tentar cultivar bem-estar quando estamos em guerra com quem nós somos de verdade.
Todos temos lados que preferimos esconder, de nós mesmos e dos outros. Aquela insegurança que aparece, o medo de errar, o temperamento difícil em dias estressantes. Mas aqui está a verdade: ninguém é só luz!
Quando nós reconhecemos nossos defeitos podemos abrir espaço para um maior crescimento, tirar o peso da perfeição constante e diminuir a autocrítica. E veja bem, aceitar não é o mesmo que se acomodar. É reconhecer onde você está hoje para, a partir disso, traçar um caminho mais gentil para a mudança.
Não sei se você é uma dessas pessoas, mas muita gente têm mais facilidade em listar seus defeitos do que suas qualidades e eu me incluía nesse grupo até pouco tempo. Mas cultivar bem-estar exige que a gente reconheça o que há de bom em nós e isso não é ego, é saúde emocional.
Quando a gente aprende a destacar nossas forças, também reforçamos nossa autoestima, podemos focar em potencializar esses pontos positivos e nos dá autoconfiança para lidar com os desafios da vida.
O segredo não está em tentar eliminar todos os seus defeitos, mas em equilibrá-los com suas qualidades. Quando você aceita suas complexidades, vive de forma mais autêntica e isso tem o potencial de reduzir a ansiedade social, melhorar seus relacionamentos e fortalecer sua conexão consigo mesmo.
Quando abraçamos a nossa autenticidade temos menos necessidade de agradar os outros (e nos machucar no caminho), mais alinhamento com quem somos e a vida que queremos viver, equilíbrio entre o que pensamos e o que expressamos e mais liberdade e leveza.
Ser você mesmo é libertador. E ser verdadeiro não significa ser perfeito, significa ser inteiro.
Nós não somos um projeto inacabado que está sempre esperando por uma versão perfeita. Somos seres humanos em constante evolução. E é justamente quando aceitamos nossos limites e reconhecemos nossas virtudes que encontramos o caminho da paz interior.
Quando aceitamos nossos defeitos e fortalezas estamos mais próximos do amor-próprio.
Experimente este exercício simples:
Escreva três qualidades e três dificuldades que você reconhece em si. Observe como você se sente ao olhar para essas partes sem julgamentos e o como essas características foram vividas na sua vida até hoje.
Se você chegou até aqui, já começou sua jornada de autoconhecimento!
Com carinho,
Josi