Imagem de Dieu vath MAYOMA por Pixabay
Olá querido leitor! Muito bom ter você aqui novamente. Seguindo nessa singela jornada de autoconhecimento e da escuta do corpo, hoje vamos conversar sobre um aspecto fundamental para o nosso bem-estar: a validação emocional.
Depois que aprendermos a identificar as mensagens do nosso corpo e a reconhecer as nossas emoções (se você tem dificuldade em entender suas emoções, recomendo fortemente assistir “Divertidamente”) o próximo passo é acolher e validar seus sentimentos, mesmo aqueles que no início nos parecem desconfortáveis ou tidos como “negativos”.
Talvez na sua infância você tenha sido ensinada a reprimir, ignorar ou julgar algumas emoções. Quantos de nós ouvimos frases como “engole o choro”, “isso não é motivo para sentir raiva” ou “isso é besteira”. Essas mensagens poderiam até não ser por mal, mas pode ser um estopim para que tenhamos dificuldade em aceitar e interpretar nossas emoções. É muito comum também que algumas emoções sejam mais aceitas e outras repelidas.
Porém todas as emoções têm um propósito e nos trazem informações importantes sobre as nossas necessidades, nossos valores e situações que estamos vivendo. A tristeza pode sinalizar uma perda, a necessidade de procurar apoio ou que algo não vai bem. A raiva pode te indicar que um limite seu foi cruzado ou que algo te parece injusto. O medo nos protege de perigos e a alegria celebra conquistas e conexões.
Entender e validar uma emoção não significa concordar com a situação que a gerou ou se afogar nela, mas sim reconhecer a sua existência e que ela é legítima. É você entender que, naquele momento, diante daquela situação específica, é natural e humano sentir o que você está sentindo.
Agora imagine uma criança que caiu e está chorando. Se dissermos “não foi nada, pare de chorar”, mesmo sem querer estamos invalidando o sentimento dela, a dor que ela está sentindo. Por outro lado, se nos abaixarmos, oferecermos um abraço e dissermos “eu sei que doeu, já vai passar”, estamos validando a sua experiência emocional. Essa validação traz conforto, segurança e ajuda a criança a processar o que aconteceu.
Dessa mesma forma, precisamos aprender a fazer isso por nós mesmos. Quando sentir raiva, ao invés de se julgar por isso ou tentar abafar o sentimento, diga para si mesmo: “Eu estou sentindo raiva agora. Isso é uma emoção válida diante dessa situação”. Ao reconhecer a emoção, você abre espaço para compreendê-la e para lidar com ela de uma forma mais saudável.
Mas como podemos praticar a validação emocional?
- Reconheça a emoção: Dê um nome ao que você está sentindo. Raiva, tristeza, medo, alegria, frustração… Nomear te trará clareza sobre a situação
- Aceite a emoção: Se permita sentir sem julgamentos. Não lute contra o que você está sentindo. Respire e acolha a presença dessa emoção
- Compreenda a origem: Tente identificar o que pode ter provocado essa emoção. Qual situação, pensamento ou lembrança a trouxe à tona? É comum com as lembranças nosso corpo vivenciar aquele momento profundamente
- Seja gentil consigo mesmo: Lembre-se que sentir é humano. Não se critique por ter determinada emoção. Ofereça a si mesmo a mesma compaixão que você ofereceria a um amigo que estivesse passando por algo semelhante. Essa dica é muito especial, eu uso várias vezes. Normalmente nós temos a tendência a sermos mais compreensivos com quem gostamos
- Atenda à necessidade por trás da emoção: Muitas vezes, a emoção é um sinal de que alguma necessidade nossa não está sendo atendida. A tristeza pode indicar a necessidade de apoio, a raiva pode apontar para a necessidade de estabelecer limites, o medo pode nos alertar para a necessidade de segurança.
Lembre-se que ao validar suas emoções, você entenderá mais suas necessidades e poderá buscar formas mais saudáveis de viver. É um processo de reconhecimento e aceitação que abre caminho para uma regulação emocional. Ao invés de sermos dominados pelas nossas emoções, podemos aprender a nos relacionar com elas de uma forma mais consciente e compassiva. Seja gentil consigo mesmo em cada passo e celebre cada pequena vitória nesta jornada de bem-estar.
Com muito carinho,
Josi